A segunda chamada de financiamento do Brasil e União Europeia (EU) voltada para a área de tecnologia da informação e comunicação (TIC) deve ser anunciada no segundo semestre de 2012, informou o secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência Tecnologia (MCTI), Virgilio Almeida. O valor definido foi de € 10,5 milhões.
O representante do MCTI participou do
4º Diálogo Brasil União Europeia – sobre Sociedade da Informação, encerrado nesta terça-feira (8), no Palácio Itamaraty, em Brasília. Em entrevista coletiva para divulgar o resultado da parceria, ele falou também da expectativa de crescimento desse setor no país.
Segundo Almeida, no primeiro edital entre Brasil e UE foram apresentados 42 projetos de desenvolvimento científico e tecnológico. Cinco foram selecionados para receber investimentos. Fazem parte dos grupos contemplados empresas, universidades e institutos de pesquisa, que trabalham com prazo de três anos para a conclusão dos trabalhos.
O primeiro edital, lançado em 2010, teve como foco estudos sobre internet do futuro (no aspecto de segurança e ambiente de teste e experimentação), monitoramento de redes e infraestruturas eletrônicas, microssistemas e microeletrônica. O secretário citou, como exemplo prático dessas iniciativas, a utilização de componentes eletrônicos para facilitar o diagnóstico da doença de Chagas e de monitoramento de redes, com aplicação para grandes indústrias e montadoras de veículos.
“No ambiente de uma grande montadora de veículos existem centenas ou milhares de operários trabalhando, cada um com uma máquina ou com um certo dispositivo. Imagine tudo isso integrado a redes de computadores e, muitas das vezes, integrados à internet também. O monitoramento significa coletar informações, visando a tornar um processo de melhor qualidade e eficiente, diminuindo falhas e defeitos”, exemplificou.
A nova chamada permitirá que pesquisadores e indústrias, nas duas regiões, ampliem seu trabalho em conjunto em áreas como computação em nuvem para a ciência, tecnologias sustentáveis para as cidades inteligentes, plataformas inteligentes para uma sociedade mais inteligente e aplicações de transmissão híbrida de banda larga, TV e serviços.
Crescimento O governo trabalha com a expectativa de crescimento do setor de TIC no Brasil. Segundo Virgilio Almeida, baseado em levantamento de entidades que atuam na área, a projeção é que a representação no PIB (Produto Interno Bruto) do segmento de tecnologia da informação passe de 4% para 5,5% nos próximo seis ou sete anos. Já a previsão do setor de telecomunicações é de avanço de 6% para 8% do PIB.
“E o Brasil tem que conciliar essa época de crescimento, aproveitar para investir em infraestrutura avançada, gerar recursos humanos qualificados e desenvolver novas tecnologias. Por que isso é que vai aumentar a duração do crescimento do país”, disse.