O Centro de Cultura e Eventos, sala quatro, da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia, recebeu na tarde de segunda-feira (11/7), palestra com a vencedora da 31ª edição do Prêmio José Reis de Divulgação Científica, Ana Lúcia Vieira de Azevedo. O tema foi "Ciência, Cultura, Desenvolvimento e Espetáculo” .
A abertura foi feita pelo diretor de Cooperação Institucional do CNPq, Manoel Barral Netto, que destacou a importância da palestra integrar as atividades da 63ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. “Agradecemos a oportunidade de realizar essa conferência na SBPC, bem como de entregar o Prêmio na abertura do evento”. Barral apresentou a laureada, destacando a importância do trabalho realizado pela jornalista do jornal O Globo ao longo de 20 anos de experiência.
Ana Lúcia contou sua trajetória no jornal, onde entrou como trainee e exerceu as diversas atividades ligadas ao jornalismo como repórter, coordenadora e redatora. De forma descontraída a jornalista falou sobre a paixão pela divulgação da ciência e as especificidades da área. “Antigamente as notícias vinham muito de agências e estavam ligadas ao cenário internacional, mas a Rio 92 foi um marco, em seguida Ciência virou uma editoria como Política”.
Segundo a jornalista, hoje as matérias da área científica ocupam mais as páginas nobres do jornal como a capa e a contracapa, além disso, uma pesquisa realizada pelo O Globo revelou que Ciência é o segundo assunto preferido pelos leitores jovens, de até 40 anos, o quê é extremamente promissor já que as pessoas gastam em média até 40 minutos por dia para ler um jornal e por isso acabam desprezando alguns assuntos.
“Após uma luta de 10 anos a editoria de Ciênciatem hoje uma página inteira, por dia, antes era meia página. Também pretendemos transformar o caderno semanal Planeta Terra em uma revista quinzenal, com melhor qualidade de impressão, pois o papel jornal tem baixa durabilidade e as pessoas colecionam esse material”, afirmou Ana Lúcia.
A ganhadora do Prêmio José Reis falou ainda sobre a importância de escrever sobre a Ciência de forma clara, buscando o equilíbrio entre a “Ciência do Desenvolvimento” e a “Ciência do Deslumbramento”, pois é obrigação do jornalista aproximar a ciência do cotidiano das pessoas.”O nosso leitor é qualquer um. Não estamos escrevendo para cientistas, estamos escrevendo sobre ciência. Os assuntos devem ser apresentados de forma agradável e acessível ao leitor, pois essa é uma das poucas áreas que ainda causam fascínio nas pessoas”, destacou.
A palestrante
Graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense e mestre em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ana Lúcia é editora de Ciência, Meio Ambiente, História e Saúde do jornal O Globo e apontada como uma das profissionais mais experientes em jornalismo científico no Brasil.
Tem mais de mil reportagens publicadas sobre temas ligados à Ciência em jornal diário. Recebeu diversos prêmios da mídia nacional e estrangeira, entre eles o Prêmio Esso de Jornalismo, em 2002.