A presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE/MCT), Lucia Melo, apresentou hoje (12) na 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Goiânia (GO), as experiências em avaliação de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). A novidade apresentada foi a proposta de reestruturação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que está em andamento. Além disso, o Centro está com a missão de avaliar o posicionamento da Olimpíada Brasileira de Matemática nas Escolas Públicas (Obmep).
De acordo com Lucia Melo, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e o CNPq solicitaram um conjunto de avaliações no sentido de orientar o Conselho em suas ações para os próximos anos, com foco em 2020 e 2030. “O processo de levantamento de dados está em curso. Desde a criação dos fundos setoriais, o CNPq ficou à deriva. Principalmente porque depende de repasses do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDC). A ideia é colocá-lo em um posicionamento de protagonista”, enfatizou.
Melo explicou que neste momento as pessoas envolvidas no plano de reestruturação estão fazendo um benchmarking (processo sistemático e contínuo de avaliação dos produtos, serviços e processos de trabalho com a finalidade de comparar desempenhos e identificar oportunidades de melhoria na organização) em agências de fomento do exterior com o objetivo de reunir as melhores experiências. Inclusive, terá a participação de vários representantes dessas instituições estrangeiras na composição do relatório final. “Além disso, estamos contando com o apoio dos agentes do próprio CNPq. Estamos com um processo de consulta eletrônica também. Já enviamos mais de 30 mil e-mails para cientistas, pesquisadores, estudantes, todos que estão inscritos na plataforma lattes e também fora dela”, contou.
Os temais avaliados são: transversalidade, modelo de gestão, internacionalização da ciência, integração, inovação, compromisso social e avaliação. “Quando perguntado para o público interno do CNPq, a maioria entende que o modelo de gestão precisa ser modificado. Para o público externo (pesquisadores, estudantes, etc), a internacionalização da ciência é que precisa de atenção especial”, destacou.
Obmep
Em relação à Olimpíada Brasileira de Matemática nas Escolas Públicas (Obmep), Lucia Melo disse que o propósito é estudar os personagens envolvidos no processo como professores, alunos, diretores de escolas e pais. “Precisamos entender o papel social da olimpíada na vida dessas pessoas, das famílias e das próprias instituições de ensino. Nossas primeiras pesquisas no ambiente familiar identificaram que a mãe é a protagonista no sentido de incentivar as crianças no estudo da matemática”, citou. “Vimos também que a participação das escolas mudou a concepção de ensino. Estão mais comprometidas e envolvidas no processo”, complementou.
Também está em análise o papel estratégico dos 123 Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs). A presidente do CGEE comentou que o propósito é saber se o atual modelo de financiamento da pesquisa e difusão do conhecimento vale a pena. “Novamente estamos contando com a participação de profissionais no exterior para desenvolver esse projeto de avaliação dos INCTs. É um processo demorado e também caro. Afinal, precisamos identificar o foco de investimento de uma verba de R$ 609 milhões”, finalizou.