Brasil avança 13 posições no ranking de inovação
O esforço brasileiro em disseminar a cultura da inovação surte efeito a cada ano. O Brasil subiu 13 posições no Indicador Global de Inovação 2011 (The Global Innovation Index). O ranking é calculado anualmente pelo Insead, uma das principais escolas de negócios da Europa, em parceria com a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Wipo, na sigla em inglês), agência ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Os novos indicadores foram divulgados ontem (30), em Paris, e revelam que o país subiu do 60º lugar, registrado em 2010, para a 47º posição neste ano. Com o resultado, o Brasil saiu na frente de países como a Rússia, Índia e Argentina.
Na avaliação do secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia (Setec/MCT), Ronaldo Mota, o desempenho verificado é a constatação de que a inovação está virando cultura no Brasil. Algo que está sendo internalizado e que muda, para melhor, o cenário brasileiro.
“Temos indicadores que atestam o que o ranking observa, mas hoje podemos afirmar, sem medo de errar, que, graças ao espírito muito empreendedor de nossa população, especialmente de pequenas empresas de forte conteúdo tecnológico e baseadas em conhecimento intensivo, estamos em ritmo bem mais acelerado que a média mundial, o que é muito bom. Empreendedores, os brasileiros são há muito tempo. Recentemente começamos a inovar, empreendedorismo mais inovação é sucesso certo”, afirma.
Indicadores
Mota destaca a evolução brasileira no indicador relacionado aos ambientes político e regulatório. “Certamente a estabilidade macroeconômica brasileira é um destaque e as recentes Leis de Inovação e do Bem começam a mostrar seus resultados, finalmente”. O especialista em inovação do MCT aponta ainda a dinâmica do mercado como aspecto relevante neste processo.
“Nosso mercado está cada vez mais sofisticado e, portanto, mais competitivo e conferindo inovação como fator crucial, tendo como conseqüência mais e melhores mecanismos de acesso a crédito, mercado de capitais e preocupação com comércio exterior”, ressalta.
Segundo Ronaldo Mota, outro fator importante a ser ressaltado é o aumento da produção científica, já que o Brasil cresce a um ritmo cinco vezes maior do que a média mundial. Para ele, embora o país não apresente ritmo semelhante na transferência do conhecimento ao setor produtivo, está no caminho certo.
“Nenhum país se tornou notável em inovação sem uma ampla e qualificada base de produção científica clássica. Para ser inovador, há que se produzir conhecimento e transformar o conhecimento em riqueza. Somos bons na primeira parte e estamos aprendendo a ficar bons também na segunda”, observa.
Desafios
O secretário lembra que o Brasil também tem crescido acima da média mundial em número de computadores por habitante, mas que precisa avançar em outros itens que contam no ranking. “Para continuar galgando posições precisamos aumentar, entre outros itens, nossa capacidade de geração de patentes e ampliar nossa produção criativa, que envolve consumo de produtos culturais e de lazer, produção de filmes, etc”.
O maior desafio, na opinião de Mota, é transformar conhecimento em riqueza e manter uma política que catalise, articule e amplifique a chamada “cultura da inovação” na sociedade, com ações conjuntas envolvendo os demais ministérios, estados e municípios.
“Temos dois atores mostrando vitalidade: os acadêmicos e os empresários; trata-se de construir boas pontes conectando os dois, viabilizando que ambos cresçam cada vez mais por meio de maior integração entre eles. Essas pontes conectoras serão o principal diferencial para que o desenvolvimento econômico e social em curso seja definitivamente sustentável”, conclui.
MCT, 01/07/2011
Mercadante defende o desenvolvimento da indústria de TI no Brasil
Em auditório lotado de jovens desenvolvedores e entusiastas do software livre, em Porto Alegre (RS), o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, falou sobre as perspectivas e os desafios para o crescimento do mercado tecnológico no Brasil. Ele palestrou no 12º Fórum Internacional de Software Livre (Fisl12), no Centro de Eventos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS).
Segundo o ministro, a indústria da Tecnologia da Informação é a que mais fomenta o consumo no país. Contudo, praticamente 100% daquilo que se consome é importado. "Hoje, o Brasil cresce mais internamente. Isso é bom, mas precisamos desenvolver tecnologias para serem exportadas, já que somos o terceiro país que mais atrai investimentos externos atualmente", salientou.
"Grandes conquistas foram alcançadas com o crescimento do consumo de massa, por meio da consolidação do sistema público de crédito", disse. Para ele, é necessário aproveitar ao máximo o momento em que vivemos o bônus demográfico - em que a população economicamente ativa é maior que a inativa.
Mercadante frisou a importância de desenvolver o potencial desses jovens que iniciam no mercado de trabalho, formando recursos humanos para a indústria de semicondutores que se forma no país. "O primeiro passo foi dado com a produção de tablets e celulares, que até setembro inicia no Brasil", disse. A perspectiva é de que o país entre para o seleto grupo de produtores de telas de LCD sensíveis ao toque.
Ele citou a Ceitec S.A., empresa pública federal ligada ao Ministério, que foi criada em Porto Alegre em 2008, e tem o objetivo de "desenvolver a indústria eletrônica brasileira através da implantação de uma base sólida no setor de semicondutores".
Mercadante ainda participa de outras atividades no evento, dentre elas, um debate com a presença de integrantes da Ong Transparência HackDay,desenvolvedores das comunidades Ubuntu, Debian, Slackware, ODF, entre outros grupos. O objetivo do encontro é discutir com os profissionais formas de aumentar a transparência dos governos e o desenvolvimento tecnológico.
MCT, 01/07/2011 - Com informações do Fisl12
|
|