O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict/MCT) e o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem/MCT) estão desenvolvendo um projeto de inventário de rochas ornamentais, especificamente o granito, no Espírito Santo, com a finalidade de validar os instrumentos (metodologia, ontologia e banco de dados) do Inventário do Ciclo de Vida para Competitividade Ambiental da Indústria Brasileira. O projeto tem apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), da Associação Industrial de Rochas Ornamentais do Espírito Santo e de indústrias da região capixaba.
Segundo Celina Rosa Lamb, coordenadora técnica do projeto Sistema de Inventário de Ciclo de Vida para o Brasil (SICV Brasil) do Ibict, o inventário de rochas ornamentais faz parte de um estudo piloto que visa compor um banco de dados de inventários brasileiros. Celina explicou que, em 2002, o MCT identificou a necessidade de desenvolver um sistema de banco de dados para armazenar e distribuir informações sobre inventários brasileiros que constituíssem a base para traçar o perfil ambiental de produtos, utilizando-se a metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida – que hoje é recomendada pela ISO 14025 para obtenção de selos verdes tipo III –, uma declaração ambiental que recomenda o uso da metodologia ACV.
A primeira versão do banco de dados já está pronta, porém não foi ainda disponibilizada para consulta. Existem três estudos pilotos em andamento, sendo um deles o de inventário de rochas ornamentais no Espírito Santo. Os outros dois inventários são o de energia elétrica e o de Itaipu, que estão prontos e sendo colocados no banco de dados.
“O inventário de rochas ornamentais no Espírito Santo está testando a metodologia padrão de elaboração de inventários para o Brasil. A metodologia foi desenvolvida a partir de um estudo de inventário piloto do óleo diesel brasileiro, realizado por meio de uma parceria com a Universidade de Brasília e uma corporação alemã, responsável pelo desenvolvimento de inventários há mais de 15 anos, que, por sua vez, atua em parceria com a Universidade de Stuttgart, Alemanha”, esclareceu Celina Lamb.
Em 2010, verificou-se o amadurecimento do banco brasileiro e a validação pelos parceiros internacionais, que em novembro do ano passado constataram que a estrutura do modelo de dados está aderente ao formato ELCD. A fase seguinte dessa ação é adequar o sistema, distribuir a metodologia e capacitar especialistas.
Histórico
Em dezembro de 2010, no âmbito do Ibict/MCT e do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), foi aprovado o Programa Brasileiro de ACV. Esse programa, além de apoiar a implantação do banco de dados brasileiro e a disseminação da metodologia brasileira de ACV, também apóia outros estudos como, por exemplo, o das fontes de informações de dados para inventários. Essa metodologia estará disponível no site da comunidade de ACV:acv.ibict.br.