05/05/2011 - 15:19
Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP) estão ao Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT) para fazer análise em dez árvores do Parque Zoobotânico usando um tomógrafo por impulso. O aparelho permite avaliação mais precisa sobre a condição biológica e do risco de queda das árvores. “Nós como representantes de um Jardim Botânico, temos a obrigação de cuidar do acervo do Museu, seja de qualquer espécie, além disso, recebemos visitas diariamente do público em geral, e temos que priorizar a segurança das pessoas”, informa o engenheiro agrônomo do MPEG, Amir Lima. A ação faz parte do controle fito sanitário do acervo florístico do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi. Em 2008, os pesquisadores Demóstenes Filho e Jefferson Polizel, fizeram uma pré-análise, de forma visual, das árvores antigas do Parque do Goeldi. Agora, a equipe conta com um equipamento chamado tomógrafo. Ele é utilizado para obter uma melhor visualização do tecido do vegetal. Através de emissão de ondas mecânicas, é possível verificar os tecidos interiores da árvore, que são refletidos em forma de imagem. Professor da USP e Esalq, na área de Silvicultura Urbana, Demóstenes Ferreira da Silva Filho, informa que o trabalho tem a função de avaliar a resistência das árvores. “As copas das árvores funcionam como uma vela de barco, isso significa que a força do vento influencia nas flexões da árvore, principalmente na base, e precisamos avaliar o que deve ser feito, dependendo do estado de cada uma”, explicou o pesquisador. Após a análise das imagens, são sugeridas medidas para a recuperação e manutenção do vegetal, sendo que a remoção é utilizada em último caso. A Esalq realiza esses serviços de manutenção para o MPEG, em troca os profissionais fazem do serviço uma fonte de pesquisa. “Quando fazemos esse tipo de trabalho, estamos criando conhecimento específico de cada espécie, o que melhora os parâmetros na hora de diferenciá-las e de identificar problemas”, afirma Demóstenes. Segundo Amir Lima, o Museu Goeldi iniciou os estudos sobre a saúde das árvores em 1999, quando notaram o envelhecimento das árvores do Parque, e mesmo com os serviços de manutenção que já eram feitos, perceberam a necessidade de analisar com mais precisão os tecidos dos vegetais. “Fazemos serviços de manutenção dos vegetais do Parque, que chamamos de análise visual das condições fitossanitárias, ou seja, fazemos uma análise a olho nu. Nessa análise é possível verificar se há galhos secos, cupins, entre outros. Também trabalhamos com um ultrassom, que identifica quando uma árvore está oca. Mas a utilização do tomógrafo é importante para fazer uma análise mais profunda da situação dos vegetais”, explica Amir. História
Criado em 1895 pelo zoólogo suíço, Emílio Goeldi, o horto botânico do Parque possui diversas espécies de árvores, arbustos, palmeiras e plantas herbáceas. Algumas árvores foram plantadas pelos primeiros habitantes e visitantes do Brasil. Ao visitarem o Parque, plantavam uma muda de alguma espécie de árvore como um ato simbólico de que haviam visitado o local. Como exemplo dessas plantas, temos o Patauá (Oenocarpus bataua), também plantado em 1936, pelo Ministro da Suíça ou os exemplares de Jarina (Phytelephans macrocarpa) e de Pupunharana (Syagrus inajai) plantados em 1939, pelas princesas portuguesas Maria Francisca e Thereza Maria de Orleans e Bragança, respectivamente. O Parque, hoje, possui, cerca de duas mil espécies de vegetais. Entre essas espécies, existem árvores de grande porte, como a samaumeira que foi plantada em 1896 e também espécies ameaçadas de extinção, como o mogno.
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