C A-    A+ A    A    A
   buscar    busca avançada Mapa do site Fale Conosco  
   

imagem
Pesquisa revela resíduos agroflorestais como fonte de energia
Clique para ver todas as fotos de Pesquisa revela resíduos agroflorestais como fonte de energia
Crédito: Banco de Imagem MCT
07/04/2011 - 08:17

A relação do Brasil com o café começou em 1727 e deixou fortes marcas culturais e econômicas na sociedade. O grão é tradicionalmente conhecido por dar energia e vitalidade. Atualmente o país é o maior produtor e exportador de café e o segundo maior mercado consumidor mundial, sendo o único fabricante em larga escala das duas variedades mais apreciadas: a arábica e a robusta. Além de ser apreciado como bebida, o processamento dos grãos gera um resíduo que pode ser utilizado como fonte de energia, diminuindo o custo das empresas e reduzindo a poluição ambiental.

Durante o cultivo do café, aproximadamente dois milhões de toneladas de cascas de grãos são produzidas por ano no Brasil. Esse subproduto normalmente vai para o lixo ou é usado para a forração dos terrenos dos cafezais, restituindo parte dos fertilizantes retirados pela planta. Contudo, a casca do café tem um potencial energético que pode, em alguns casos, torná-la substituta da lenha, sendo uma opção mais barata e ecologicamente correta para empresas que usam a madeira na geração de energia. Suprir as necessidades desse mercado significa cortar menos árvores e contribuir para a redução do desmatamento.

Para otimizar esse potencial, pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), liderados pelo engenheiro florestal e bolsista Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), Ailton Teixeira do Vale, desenvolvem estudo para demonstrar a importância dos resíduos agroflorestais como fonte de energia,tanto para indústrias quanto em comunidades rurais. “A casca do café, assim como outras biomassas, pode gerar eletricidade em termoelétricas, a partir da combustão em fornalhas, gerando energia na forma de calor, utilizado para a produção de vapor, que por sua vez é utilizado para a produção de energia elétrica e, em cogeração, outras energias como a mecânica”, explica Vale.

Quando usada como combustível, a casca do café, assim como outros resíduos agroflorestais, tem inúmeras vantagens em relação aos combustíveis fósseis. “Em primeiro lugar, é um combustível renovável, e os compostos liberados na sua combustão são sequestrados pelos novos plantios, fechando o ciclo do carbono, e, portanto, não contribuindo com o efeito estufa. Outra vantagem é a possibilidade de agregar valor a um resíduo que geralmente é descartado e, com isso, gerar emprego, renda e desenvolvimento social nas regiões onde a cultura do café é uma prática”, explica o pesquisador.

Espera-se que os dados obtidos a partir desse estudo possam ser utilizados para melhorar a gestão dos resíduos provenientes de biomassa e que isso possa abrir a possibilidade de uso na produção de energia em pequenas comunidades rurais e nas agroindústrias, a partir da combustão, da gaseificação ou da transformação em carvão vegetal, assim aumentando sua participação na Matriz Energética Brasileira.

A agregação de valor ao resíduo gerando um novo produto é sempre bem-vinda, pois diminui a poluição do meio ambiente e possibilita uma qualidade de vida melhor para as pessoas envolvidas no processo ou moradoras da região; além de agregar valor ao resíduo, o que demandará mão-de-obra, equipamentos, capitais, empresas de serviços e toda uma infraestrutura administrativa, industrial e comercial, elevando o nível econômico e beneficiando a sociedade”, afirma Vale.

Brasil: referência na substituiçãodo petróleo

O país é referência internacional na substituição do petróleo por biomassa. O maior exemplo é o uso do etanol como combustível para veículos de passeio e de carga. Na siderurgia o uso de carvão vegetal na produção de ferro gusa é uma realidade há décadas. Outra frente que tem crescido é a produção de energia elétrica em termoelétricas, principalmente nas usinas de açúcar e álcool e nas fábricas de celulose e papel, a partir de resíduos, com unidades movidas a bagaço de cana de açúcar, licor negro, restos de madeira, casca de arroz, biogás e carvão vegetal.

Esplanada dos Ministérios, Bloco E,
CEP: 70067-900, Brasília, DF Telefone: (61) 2033-7500
Copyright © 2012
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação