A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCT), em parceria com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE/MCT) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) promove hoje (23) o Encontro de Negócios de Energia Nuclear. O objetivo é o de incentivar a retomada do setor de energia nuclear no Brasil por meio do debate e da articulação de empresários de diversas indústrias.
Cerca de 300 pessoas são esperadas na Fiesp para participar de palestras, mesas-redondas e visita a estandes de instituições participantes. De acordo com a assessora técnica do CGEE, Liliane Rank, o encontro busca agregar um banco de dados sobre as empresas mais envolvidas com a energia nuclear no País. Para isso, o CGEE prepara um cadastramento a ser realizado no local, que servirá de balizador para a criação do banco de dados.
Em conjunto com essas atividades, o CGEE também divulgará o Estudo do Programa Nuclear Brasileiro, finalizado este ano com o apoio do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), da Cnen, da Eletronuclear, do Centro Tecnológico da Marinha (CTM) em São Paulo, da Nuclep e das Indústrias Nucleares do Brasil (INB/MCT).
Negócios
A cadeia de suprimentos é o conjunto de atividades por meio das quais matérias-primas e outros insumos são convertidos em produtos acabados.
Esse estudo identificou diversos serviços, matérias-primas e equipamentos que deverão ser fornecidos ao setor nuclear por empresas e indústrias nacionais e estrangeiras. Ou seja, a retomada do Programa Nuclear abre um novo leque de negócios a serem feitos nos próximos anos, em áreas bastante diversificadas que vão desde a preparação de pessoal especializado até a produção de equipamentos de alta sofisticação tecnológica, passando por materiais, componentes eletro-mecânicos, partes e peças que serão utilizadas em todas as atividades do chamado ciclo do combustível nuclear.
Essas atividades englobam a mineração de urânio, as várias etapas para a fabricação do combustível nuclear, as engenharias civil, nuclear, elétrica, eletrônica e mecânica para a construção e montagem das usinas nucleares, a fabricação de componentes pesados, a manufatura de aços e ligas especiais, a fabricação de medidores de alta precisão e de roupas especiais, o tratamento de efluentes, a fabricação de equipamentos para radioproteção, a criação de cursos de formação e aperfeiçoamento de pessoal, enfim, toda uma gama de negócios dos quais a indústria nacional e estrangeira devem participar nos próximos anos, gerando empregos de alta qualificação.
Recursos
Os empreendimentos previstos no novo Programa Nuclear Brasileiro envolvem recursos da ordem de R$ 40 bilhões, ao longo dos próximos 20 anos, com alto grau de participação da indústria nacional e geração de mais de 50 mil postos de trabalho diretos e indiretos.
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