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Pesquisas reforçam cadeia produtiva do camarão em Natal (RN)
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Gustavo Tílio/MCT - Camarão cultivado em cativeiro.
04/08/2010 - 17:30

O setor produtivo do camarão na cidade de Natal (RN) receberá reforços significativos nos próximos anos. A intenção é que a ciência, a tecnologia e a inovação agreguem valor ao produto cultivado na região Nordeste, aumentando assim, a qualidade e a produtividade.

A transferência de tecnologia para as empresas que cultivam o camarão será feita pelo Centro Tecnológico do Camarão (CTC), implantado em parceria entre o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) e o governo do estado.

Hoje, pesquisadores cedidos pela UFRN, que atuam no Centro, buscam melhorar a espécie do camarão Farfantepenaeus subtilis (camarão rosa) cultivado em viveiros. De acordo com o vice-diretor executivo do CTC, Ezequias Viana de Moura, a proposta é tornar o produto mais resistente às intempéries, como o clima, a temperatura da água e outras variantes que podem comprometer sua criação. “Estamos fazendo vários experimentos antes de passar as técnicas para os produtores. Nossa intenção é agregar valor e cultivar o máximo de camarão na menor área possível”, disse.

Os estudos envolvendo o camarão são feitos em dois centros de pesquisa, todos eles financiados pela mesma parceria. Neste sentido, existem duas etapas. Na primeira, as matrizes de camarões selecionados são responsáveis por reproduzir todos os crustáceos que servirão para as pesquisas. Todas essas matrizes têm o olho esquerdo cortado com o intuito de buscar uma maturação mais rápida e para um melhor aproveitamento dos óvulos. Quando estão prestes a desovar, os camarões são separados do grupo e seguem para um tanque onde ficam sozinhos. “Quando a desova é feita, retiramos novamente a mãe e a devolvemos ao tanque juntamente com os outros animais. Neste processo atuamos na temperatura correta da água para que os óvulos sejam eclodidos”, explicou.

Depois de eclodidos, os óvulos vão para a larvicultura. “Dessa forma, segue novamente para outro tanque, onde são engordados. O processo, nessa primeira fase, dura em média, 20 dias. Depois disso, esses camarões com 20 dias de vida, vão para um centro de tratamento, onde os tanques de cultivo foram escavados no próprio solo. É válido lembrar, ainda, que, na primeira fase, são feitos testes com os camarões. Assim, alguns dos filhotes são cultivados em tanques com oxigênio e outro sem o gás. Como os tanques nesse primeiro momento agrupam muitos camarões por metro cúbico, é preciso à ajuda do oxigênio”, ressaltou.

A primeira fase de cultivo do camarão compreende a maturação, a reprodução e a criação de pós-larvas. “No primeiro momento, nosso propósito é identificar maneira de tornar o camarão mais produtivo e, também, mais resistente a problemas sanitários. Então, testamos a criação com menos trocas de água para evitar desperdício de nutrientes e a injeção ou não de oxigênio na água. Vários testes são feitos visando alternativas de cultivo”, disse.

Segundo Moura, no segundo momento, os camarões fecundados e com 20 dias são transportados para uma fazenda, que também pertence ao CTC, onde passam para a segunda fase da pesquisa. “Nos tanques que construímos a partir do solo, estamos testando o cultivo do camarão juntamente com outras espécies. Hoje, testamos o cultivo de camarão com tilápia, camarão com tainha e camarão com ostra, cada grupo de espécie em tanques separados. Verificamos que dessa forma uma espécie ajuda no crescimento da outra e o aproveitamento da ração é muito maior. Com essa forma de cultivo, reduzimos o processo de engorda, tanto dos peixes, ostras e dos camarões, em praticamente pela metade do tempo que se gastaria em um processo convencional. Cabe ressaltar que todas as microalgas para alimentação dos camarões são cultivadas por nós”, informou.

Cursos

Moura adiantou que, nos próximos meses, serão ministrados cursos para produtores locais de camarão. “A ideia é reunir um grupo de pelo menos 40 produtores e fazer deles, disseminadores da nossa técnica de cultivo. Além de atuarem como disseminadores passarão por um processo de acompanhamento. Por um período pré-determinado, receberão visitas e orientações. Quando estiverem prontos, a intenção é que sirvam de monitores para novos produtores”, comentou.

Além do curso previsto, de acordo com Moura, os dois centros de tratamento recebem diariamente visitas orientadas de estudantes. Inclusive, o processo de criação de camarões em cativeiro é tema de várias teses de mestrado de estudantes da UFRN.

Moura falou também de uma parceria com a Petrobras para produção de biodisel a partir de microalgas. “O acordo está em fase final. Teremos três anos para desenvolver o projeto. Ainda não há detalhes do processo, mas será um avanço muito grande para a pesquisa em biodisel”, avaliou.

 

 

Outras Imagens
Gustavo Tílio/MCT - Camarão é cultivado ém tanques junto com tilapias.
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Gustavo Tílio/MCT - Camarão em cativeiro se desenvolve mais rapidamente.
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