Vistas por muitas pessoas como sujeira nas praias, as algas podem impulsionar diversos setores da economia brasileira. No extenso litoral do País existem diversas espécies desse organismo, mas o potencial delas é pouco explorado.

As macroalgas são algas multicelulares que produzem diversos tipos de polissacarídeos. Entre eles, celulose e alginato. “Com a diversidade de algas que temos as substâncias extraídas delas podem ser usadas principalmente na fabricação de cosméticos e remédios”, destacou a pesquisadora e professora da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), Yocie Valentin.

Existem estudos que utilizam as substâncias da alga no desenvolvimento de um creme vaginal preventivo contra a Aids. “As algas são usadas na indústria farmacêutica também para o desenvolvimento de anti-coagulantes e antifúngicos”, disse Valentim.

O uso biotecnológico das macroalgas foi discutido nesta segunda-feira (26) na reunião anual da 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). De acordo com a professora Yocie Valentin, as macroalgas também possuem um alto valor nutritivo.

O Japão é o país que mais explorar o uso comercial das algas. “Só no Japão, por ano, a exploração biotecnológica das macroalgasno ramo alimentício rende cerca de U$ 1 milhão. O Brasil tem um enorme potencial para crescer”, afirmou.

A criação de dois Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) para Ciências do Mar, anunciada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, vai ampliar o estudo da preservação e uso biotecnológico diversidade marinha. Um dos INCTs reúne os trabalhos sobre os litorais Norte e Nordeste e o outro agrega os grupos que estudam os litorais Sul e Sudeste.