O fenômeno La Niña pode influenciar a chuva no inverno, estação que iniciou nesta segunda-feira (21). Elaborada pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTec) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) em conjunto com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão climática para o trimestre julho, agosto e setembro indica maior probabilidade de chuva acima da média no extremo norte da Região Norte e variando de normal a abaixo da média no sul das regiões Centro-Oeste e Sudeste e na Região Sul.
Nas demais áreas, permanece a previsão de chuva em torno da média histórica, com baixa previsibilidade no setor central do País. O leste da Região Nordeste deve continuar apresentando grande irregularidade na distribuição temporal e espacial da chuva, inclusive com possibilidade de episódios extremos de chuva intercalados por períodos de estiagem.
A temperatura do ar continuará com maior probabilidade de ocorrência de condições acima da normal climatológica na maior parte do Brasil. Para a Região Sul, a temperatura é prevista próxima aos valores normais. Contudo, há possibilidade de incursões de massa de ar frio mais intensa ao longo deste trimestre tanto sobre a Região Sul quanto sobre o sul das Regiões Sudeste e Centro-Oeste.
A incursão de massa de ar frio no decorrer de maio e início de junho antecipou as condições típicas de inverno na maior parte do centro-sul, com ocorrência do fenômeno conhecido por friagem no oeste da Região Centro-Oeste e sul da Região Norte. No litoral de Santa Catarina, a atuação de um ciclone extratropical causou chuva mais intensa e enchente em vários municípios. Em Florianópolis, os 253 mm registrados no dia 19 de maio excederam o total de chuva esperado para todo o mês (96,9 mm) e o acumulado mensal atingiu 443 mm.
A diminuição da temperatura da água superficial na região do Pacífico Equatorial em comparação com o mês de abril, e o vento alísio mais intenso que o normal nos setores central e oeste do Pacífico, indicou sinais característicos do início do fenômeno La Niña. O estabelecimento da fase mais ativa do fenômeno La Niña está previsto para o segundo semestre do ano, podendo influenciar o início da estação chuvosa no Sudeste e Centro-Oeste. No Atlântico Norte, a temperatura da água superficial continua acima da média, favorecendo a atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) ao norte de sua climatologia.
Informações adicionais sobre as condições oceânicas e atmosféricas globais e a situação da chuva em todo o Brasil estão disponíveis em https://infoclima1.cptec.inpe.br
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