No Brasil, 20 milhões de pessoas são idosas e representam 10% da população. Nesta terça-feira (15), Dia Mundial de Conscientização de Violência contra a Pessoa Idosa, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), por meio Conselho Nacional dos Direitos do Idoso (CNDI), lançou a Campanha Nacional de Conscientização sobre a Violência contra a Pessoa Idosa.

A campanha tem como foco os transportes coletivos urbanos, com o slogan: “As pessoas idosas têm o direito de ir e vir com segurança e tranqüilidade. Respeitar esse direito é um ato de cidadania”, que virá estampado em cartazes e folhetos informativos. O material será afixado em ônibus e distribuído a motoristas em todas as capitais e nos municípios com mais de 500 mil habitantes.

Os informativos orientarão os motoristas para que não passem direto em um ponto de ônibus ao ver um passageiro idoso e para que antes de acionarem a primeira marcha, verifiquem se a pessoa idosa embarcou e se acomodou corretamente. Além das peças publicitárias, a campanha terá selo e carimbo dos Correios.

Participaram da cerimônia, em Brasília, o ministro Paulo Vannuchi, dos Direitos Humanos; o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende; o diretor dos Correios, Ronaldo Takahashi de Araújo; o presidente do CNDI, José Luiz Telles; e entidades representantes das pessoas idosas.

Para Sergio Rezende, a campanha incentiva a população brasileira se tornar mais democrática e civilizada. “Ficamos chocados com atitudes de algumas pessoas ao observamos o dia-dia do transporte público”, disse.

De acordo com o Datasus, órgão estatístico vinculado ao Ministério da Saúde, os dados de 2006 mostram que as principais causas de mortes violentas dos idosos brasileiros são acidentes de transporte, representando 32%.

A dona de casa Raimunda Oliveira, de 65 anos, reclama do transporte público de Brasília. Segundo ela, os idosos não são respeitados. “Os motoristas não param pra gente subir no ônibus e quando a gente consegue subir, eles não esperam a gente sentar. Os passageiros também não respeitam os nossos lugares”, lamenta.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que, em 2020, o número de pessoas idosas represente 14,2% da população brasileira. Em dez anos, de 1997 a 2007, o grupo etário com 60 anos cresceu 47,8%, bem acima do crescimento médio da população que foi de 21,6%.