Uma ampla visão da Marinha do Brasil foi apresentada pelo Contra-Almirante Ilques Barbosa Júnior na sessão temática Mar e Ambientes Costeiros no último dia (28) da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (4ª CNTCI). Barbosa Júnior ressaltou também o trabalho da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Cirm) e os diversos aspectos relevantes sobre a Amazônia Azul.
A sessão teve a participação do chefe da divisão de Geologia Marinha do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Kaiser Gonçalves de Souza, que falou sobre as riquezas dos fundos marinhos com a abordagem explicativa do contexto internacional do qual as aspirações brasileiras de exploração desses recursos terão que necessariamente estar inseridos. A conclusão é de que o Brasil precisa urgentemente avançar na sua capacidade de pesquisa e exploração mineral em águas profundas.
Fábio Hazin, pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), explicou a situação dos recursos vivos. Segundo ele, os recursos pesqueiros já estão próximos dos seus limites. “Não deve haver expectativa de aumento significativo na produção pesqueira mundial pela captura, que já se encontra praticamente perto do seu patamar máximo. No Brasil vivemos uma situação semelhante”, disse. Porém, de acordo com Hazin, o País ainda tem um potencial importante de crescimento no âmbito oceânico, principalmente se forem incluídos recursos que ainda não foram exportados.
O coordenador da mesa, Belmiro Castro, da Universidade de São Paulo (USP), abordou de uma maneira ampla o ambiente oceanográfico e a ciência e tecnologia do mar. Destacou, inicialmente, os processos marinhos envolvidos nesse ecossistema e a complexidade das pesquisas. A abordagem do pesquisador foi dividida em duas frentes. A primeira voltada para as questões relativas ao clima, em particular, ao impacto do Atlântico Sul não apenas no clima do Brasil, mas nos processos climáticos globais. A segunda foi uma abordagem mais relacionada aos ecossistemas marinhos e as implicações dessas mudanças globais na sustentabilidade.
Castro encerrou sua palestra ressaltando, ainda, a grande importância da oceanografia operacional para que o País possa ter um acompanhamento contínuo que aborde, de forma sustentável, dados que permitam o conhecimento pontual da realidade oceanográfica nacional.