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Liberação controlada de fármacos pode auxiliar no tratamento do câncer
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Divulgação/MCT - A medicina nuclear está em estágio avançado no País.
21/05/2010 - 15:31

Pesquisadores do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/MCT), descobriram mecanismos que podem tornar a ação de medicamentos no organismo mais eficaz. Por meio do Sistema de Liberação Controlada de Fármacos, o medicamento só passa a agir conforme o estado clínico e as necessidades do paciente. Os dispositivos avaliados podem auxiliar no tratamento de pessoas com câncer. 

Os estudos na área foram iniciados, há cinco anos, como extensão do pós-doutorado da pesquisadora de biomateriais nanoestruturados do CDTN, Edésia Martins, realizado na Universidade Complutense de Madrid. Na Espanha, a engenheira química trabalhou com um grupo de referência na área de biomateriais utilizados especificamente para a liberação controlada de fármacos; que tem por objetivo proporcionar o bem estar do paciente com o uso de tecnologias avançadas. 

Para isso, foram avaliados mecanismos com substâncias biologicamente ativas para aplicação durante o período necessário para a terapia. Também foi possível manipular essa liberação para que ela ocorra em locais e períodos específicos. 

Num dos sistemas, são adicionadas nanopartículas de magnetita na matriz (considerada a pedra-imã entre as mais magnéticas de todos os minerais da Terra). Essas partículas agem como um direcionador para guiar o fármaco no ponto específico onde o tratamento deve ser feito, podendo atuar, com efeito anticancerígeno, num tumor, por exemplo.

“Sintetizamos um dispositivo final, a base de sílica nanoestruturada com nanopartículas magnéticas dispersas. Então, incorporamos o fármaco desejado e, dessa forma, com a ação de um campo magnético externo, ele pode ser direcionado para um determinado alvo”, ressalta a pesquisadora.

Prêmio

Outro trabalho mereceu destaque, em 2009, entre as iniciativas premiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), na categoria iniciação científica, na área de engenharias; tendo a participação da aluna Izabella Antunes Pimenta, do departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Desta vez, ao invés da partícula magnética foi adicionado um hidrogel termo sensível na matriz do sistema. O material apresenta comportamentos de acordo com a variação da temperatura do paciente. No caso de baixa temperatura, ele se expande e acumula em sua rede grande quantidade de medicamento. À medida que a temperatura aumenta e chega num estado crítico, o gel se contrai rapidamente e libera todo o fármaco absorvido.  

“Diante desse comportamento de fase, o dispositivo pode ser interessante no caso de tratamento de pacientes com processos febris. O medicamento será liberado à medida que a temperatura do corpo aumenta. Pode ser mais confortável, barato e eficaz”, afirma Edésia. 

Novos estudos

A forma de utilização do sistema de magnetita está em fase de elaboração de patente. O dispositivo, chamado de multifuncional, além de permitir a manipulação da droga num alvo específico, pode aquecer, sob a ação de um campo magnético, e tratar celular cancerosas.

“É o que se chama na literatura científica de hipertermia. Uma modalidade de tratamento de câncer com elevação de temperatura até 45ºC por um tempo determinado. Essa ação é suficiente para extinguir células cancerígenas, e não é suficiente para danificar as células normais”, esclarece a engenheira. 

A novidade é também tema de outro doutorado em curso no laboratório do CDTN. Os pesquisadores do centro também expandiram parcerias com grupos da área de ciências biológicas, tanto da universidade mineira como da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para a realização dos testes necessários.

“Inclusive esses testes na área biológica, têm também o objetivo de usar as  nanopartículas em processos biológicos bacterianos. É um trabalho de ponta neste caso, não tem nada publicado no Brasil”, informa  Edésia.

CDTN

Criado em 1952, o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), unidade da  Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCT), em Belo Horizonte (MG), foi a primeira instituição nacional dedicada à área nuclear. Hoje, suas pesquisas abrangem tecnologia e segurança de reatores e a aplicação de técnicas nucleares na saúde, meio ambiente, agricultura e indústria.

Na área de saúde, pesquisa a eficácia de leveduras no tratamento do cólera e um método mais preciso de diagnóstico da leishmaniose. Estuda, ainda, o uso de veneno de cobra para tratar doenças do sistema nervoso. Há projetos para instalação de um cíclotron e de um aparelho de tomografia por emissão de pósitrons, hoje o mais avançado sistema de diagnóstico por imagens empregado na medicina nuclear.

As ações desenvolvidas na área nuclear estão dentro da prioridade 3 do Plano de Ciência, Tecnologia e Inovação (PAC,T&I 2007-2010). Os investimentos feitos no período de vigência do plano, bem como a avaliação sobre a ciência brasileira nos últimos anos, estarão em discussão na 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O evento começa na quarta-feira (26), em Brasília, e também pretende discutir uma Política de Estado de C&T para os próximos 10 anos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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