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Embrapa e universidades pesquisam técnicas de produção do biocombustível
28/04/2010 - 07:55

A cada ano o Brasil se destaca na produção do biocombustível. O governo Federal investe cada vez mais nas pesquisas neste setor para estimular e descobrir novas técnicas que podem alavancar a produção do bioetanol. Uma dessas descobertas apoiadas ganha destaque pela curiosidade. Os caprinos – bodes e cabras – têm um grande potencial para a indústria do combustível.

Os animais da raça moxotó, espécie nativa brasileira, se alimentam da vegetação da caatinga. Na primeira parte do estômagos desses animais – conhecida como rúmen – existem diversas bactérias que ajudam na digestão do pasto. As enzimas dessas bactérias é que são o alvo dos pesquisadores da Embrapa Agroenergia, da Embrapa Caprino e Ovinos, da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Católica de Brasília (UCB).

Segundo a pesquisadora da Embrapa Agroenergia Betânia Quirino, qualquer planta possui polímeros de glicose que podem ser fermentados para produzir o etanol. “Se encontrarmos as enzimas para quebrar esse material podemos utilizar o método tradicional de fermentação usando a levedura. Sabemos que para sobreviver os bodes e as cabras quebram a glicose para sobreviver”, explica.

Há dois anos em andamento, o projeto já identificou quatro enzimas responsáveis pela quebra da glicose. Mas esse número deve aumentar. “Conhecemos apenas 20% da diversidade bacteriana presente no rúmen dos caprinos”, diz a professora Cristine Barreto da UCB, instituição onde as pesquisas são desenvolvidas.

Assim que a fase de identificar as enzimas chegar ao fim começa a última etapa da pesquisa. “É preciso saber qual é o comportamento dessas enzimas para quais delas se adéquam ao processo industrial da fabricação do etanol”, explica Betânia.

A intenção do estudo é produzir o bioetanol com os restos da produção agrícola, como o bagaço de cana-de-açúcar e outras plantas. Os estudos são financiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) e pela Fundação de Apoio e Amparo à Pesquisa do Distrito federal (FAP-DF).

Na safra 2008/2009, o Brasil produziu 24,3 bilhões de litros de bioetanol, sendo 83% destinado ao mercado interno. Com o fim da pesquisa, a produção deve ter um aumento significativo. Com isso, o preço do produto deve baixar.

Os avanços tecnológicos gerados pelas pesquisas contribuirão para que o Brasil mantenha a liderança na produção do biocombustível. Hoje, o etanol é produzido apenas pela fermentação do caldo de cana-de-açúcar.

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