Ricardo Lemos - Reunião do Comitê Gestor do CTPetro, hoje (23), em Brasília.
Nos últimos anos a produção brasileira de petróleo teve aumento significativo, de 1,8 milhão de barris por dia para 5 milhões de barris. Preocupados com o desenvolvimento industrial e com a inovação em tecnologia, assim como com o atendimento da demanda, representantes do Comitê Gestor do Fundo Setorial de Petróleo e Gás Natural (CT Petro) vêm discutindo os mecanismos para que o País tenha progresso no setor.
Nesta terça-feira (23), o tema fez parte da pauta dos integrantes da CT Petro que se reuniram em Brasília, no último dia do Seminário Integrado dos Fundos Setoriais. O encontro foi coordenado pelo secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Luiz Antonio Rodrigues Elias.
O CT Petro é presidido por representante do MCT e formado por representantes dos ministérios afins, agências reguladoras, setores acadêmicos e empresariais, além das agências do MCT, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT). O Comitê tem a prerrogativa legal de definir diretrizes, ações e planos de investimentos do Fundo Setorial de Petróleo e Gás Natural.
Para o professor da UFRJ, Adilson Oliveira, o Brasil tem no momento a oportunidade única de impulsionar o desenvolvimento da indústria do petróleo e do gás natural. “O Brasil detém 6% da demanda mundial de produção e se tornará um dos maiores atores da indústria de petróleo”, diz Oliveira.
Ele explica que o Comitê estuda condições para que a indústria nacional, concentrada nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, se expanda para outras regiões, fomentando a produção. De acordo com ele, o País tem capacidade financeira para o desenvolvimento do setor, mas falta uma maior integração entre universidades e empresas em busca de melhor formação de recursos humanos.
Outro assunto de discussão no encontro foi a participação de empresas estrangeiras na produção brasileira de petróleo. Os participantes da reunião reclamam da dificuldade de associação entre empresas nacionais e do exterior. Segundo o secretário Elias, as empresas internacionais têm resistência em implantar definitivamente seus centros no Brasil, impedindo uma interação e ampliação da capacidade produtiva. “Se as indústrias estrangeiras não implantarem suas estruturas nada vai adiantar”, disse Elias. Para ele, é hora de pensar em mecanismos de atração dessas empresas.
Participaram do encontro representantes da Agência Nacional do Petróleo (ANP), do Ministério de Minas e Energia (MME) e das universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRS), do Rio de Janeiro (UFRJ), de Pernambuco (UFPE) e do Rio Grande do Norte (UFRN).
O Seminário Integrado dos Fundos Setoriais começou nesta segunda-feira (22) e reuniu outros Comitês Gestores de Fundos Setoriais, como o de Agronegócio e o de Aquaviários.