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Inpa promove curso no Dia Mundial da Água
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Crédito: Tabajara Moreno (Inpa) - Curso de Gestão de Recursos Hídricos – Bacia do Tarumã-açu
22/03/2010 - 10:46

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) abre nesta segunda-feira (22) as atividades em comemoração ao Dia Mundial da Água com o Curso de Gestão de Recursos Hídricos – Bacia do Tarumã-açu. O evento objetiva promover a discussão sobre as condições da bacia do Tarumã-açu e estudar a qualidade da água dos igarapés da bacia, alteração da cobertura vegetal, avaliação dos resíduos sólidos, qualidade das águas subterrâneas e insetos aquáticos.

Segundo o pesquisador Sérgio Bringel, da Coordenação de Recursos Hídricos do Inpa, hoje a situação na bacia do Tarumã-açu é preocupante, pois os níveis de poluição estão elevados. “É uma região onde estão ocorre vários impactos devido a invasões. Já observamos que na bacia do Tarumã, principalmente o igarapé da Bolívia, e o igarapé do passarinho, já houve mudança da composição da água. Há ainda a formação de espuma de origem química”, conta.

Ainda segundo Bringel, um documento deve ser elaborado sobre a situação no local para ser entregue ao poder público. “Vamos tentar compor um relatório com os resultados dos debates. Além de instruir, vamos fazer um levantamento do que está ocorrendo no Tarumã para que esse relatório chegue a direção do Inpa e assim ao poder público”, diz.

Urbanização

Hoje, o crescimento desordenado da cidade também colabora para os problemas com a poluição da água. Para a pesquisadora e coordenadora do setor de Recursos Hídricos do Inpa, Hillândia Brandão, as regiões da Ponta Nega, São Raimundo e Educandos representam bem a situação em Manaus. “Fazemos o monitoramento e na seca do rio há a queda da qualidade da água nessas regiões. Há inclusive a presença de coliformes fecais”, disse.

Para ela, além de Manaus, outras capitais da região amazônica como Belém (PA), Macapá (AP), Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC) enfrentam a mesma situação. Na capital do Amazonas, ela aponta um dos motivos para a poluição dos rios e igarapés, ou seja, a falta de tratamento dos esgotos. “A literatura fala que em Manaus apenas 11% do esgoto é tratado, acredito que muito menos, precisamos tratar nossos efluentes”, diz a pesquisadora, chamando atenção para o nível de degradação dos igarapés na cidade.

“Outro problema dos nossos igarapés refere-se as construções nas margens e em cima deles. Com isso, a mata ciliar é retirada e o que se vê são igarapés compactados e poluídos”, afirma.

Futuro e Conscientização

O Dia Mundial da Água reacende as discussões sobre a atenção destinada aos recursos hídricos. Da totalidade de água existente no planeta, apensas 3% é doce. Daí a importância para a conscientização da sociedade.

Para Bringel, é necessário haver um cuidado maior com a água, pois se o atual cenário de abandono persistir a escassez de água pode ser uma realidade.

“Não vejo futuro promissor para as novas gerações. O que pretendemos deixar para nossos netos? Um ambiente degradado como vivemos hoje em Manaus? Cometemos os mesmos erros do passando com as invasões e a falta de saneamento, por exemplo. Para mudar isso, só se houver um trabalho de educação, se um dia faltar água no planeta será por pura incompetência da sociedade e dos governantes”, enfatiza.

O Inpa desenvolve várias pesquisas que vão desde avaliação da qualidade da água ao trabalho de desenvolvimento sustentável como a criação de peixe em canal de igarapé em um assentamento do Incra na zona rural de Manaus e a pesquisa com o esgoto ecológico.

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