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Encontro debate Rede Nacional de Inovação em Veículos Elétricos
19/02/2010 - 09:00

A indústria automotiva mundial está empenhada no desenvolvimento de veículos elétricos, híbridos e com células de combustível, mas no Brasil a viabilidade econômica dessas alternativas ainda é uma incógnita.

Em janeiro, mais de 40 modelos foram apresentados no salão do automóvel de Detroit (EUA), revelando que as inovações são tendência irreversível no setor de transportes, sobretudo pela necessidade de mitigar as emissões de poluentes e de gases de efeito estufa.

Um fato é sabido, a propulsão dos veículos do futuro será elétrica, mas a economia do petróleo e estudos realizados em diversos países que demonstram que é possível evoluir a tecnologia atual de motores a combustão para torná-los mais eficientes ainda dão margem à utilização por um bom tempo dessa tecnologia. Além disso, tem sido destacado que deve haver etapa de transição na qual a utilização de veículos híbridos predominará e que será necessário desenvolvimento de materiais para novos acumuladores de energia, motores elétricos e plataformas de veículos elétricos ou híbridos.

Os desafios dessas tecnologias, no entanto, ainda são consideráveis. As baterias precisam se tornar mais eficientes, de menor peso e de menor custo, a infraestrutura de abastecimento necessita ser articulada e também é preciso conhecer o impacto na matriz energética diante da perspectiva de produção desses veículos em larga escala.

No caso do Brasil, o desafio ainda é maior. A indústria deve decidir se importará tecnologia, se vai adquirir os veículos no exterior ou desenvolver algo, no todo ou em parte, específico para a realidade do País. A Indústria nacional tem, no entanto, a clareza que estes investimentos serão realizados em longo prazo.

Entre um dos principais desafios é a carência de pessoal qualificado em quantidade adequada no Brasil na área de tecnologia veicular. A sugestão é a criação de curso específico de nível médio e superior, e programas de pós-graduação voltados para esta área temática.

Todas essas questões foram contempladas em uma reunião este mês no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo , quando o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Ronaldo Mota, apresentou a representantes do setor automotivo a possibilidade de uma possível futura rede temática de veículos elétricos no âmbito do Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec). Ele foi criado em 2007 para apoiar o desenvolvimento tecnológico do setor empresarial nacional.

Deste encontro participaram representantes de montadoras, de fabricantes de motores e autopeças, de concessionárias de energia, das associações de veículos elétricos, do governo e pesquisadores.

Hoje, o sistema Sibratec mantém 11 redes de pesquisa e desenvolvimento em áreas estratégicas e que ao mesmo tempo têm demanda de mercado reconhecida como, por exemplo, os segmentos de microeletrônica, manufatura e bens de capital e vitivinicultura, entre outros.

Mota disse que, caso ocorra a definição pela modalidade Sibratec, para ter sucesso, a rede de veículos elétricos deve ter um núcleo de coordenação apto a elaborar um termo de referência, indicando quais são os gargalos para o desenvolvimento da tecnologia. Esse núcleo também faria contato com cada empresa que estiver interessada em atuar na nova frente tecnológica, discutindo desafios e soluções. “Inicialmente, vamos delimitar o objeto da rede para depois constituí-la formalmente”, afirmou.

Segundo os especialistas do setor automotivo e representantes da indústria que participaram da reunião, a tecnologia deve ingressar inicialmente em alguns nichos de mercado, como o do transporte coletivo. Na cidade de São Paulo, por exemplo, alguns ônibus híbridos têm sido testados nos últimos anos. Já no que tange aos veículos de passeio, a chegada de modelos elétricos deve demorar pelos menos cinco anos.

A produção em massa desses veículos pressupõe grandes investimentos, que necessitam de reconhecimento de demanda para se efetivarem. Por outro lado, a competição entre as marcas, a necessidade do envolvimento de todos os participantes da cadeia produtiva do setor automotivo e definição estratégica de apoio à fabricação do veículo elétrico no Brasil como uma política pública de estado são fatores de suma importância para encurtar a gestão de projetos.

Existem ainda experiências importantes junto a Itaipu e a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), que demonstram que o veículo elétrico deve ser considerado como um sistema, que dependem de desenvolvimento de várias áreas de conhecimento e da integração do sistema do que a tecnologia dos componentes, como no caso da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer).

Mota afirmou que existe potencial para a consolidação da nova rede do Sibratec ou outros instrumentos de apoio ao desenvolvimento da área, e que será preciso agora cumprir etapas para organizar a rede, como, por exemplo, discutir o assunto com o Ministério da Fazenda e ouvir instituições que tenham conhecimentos específicos sobre o tema. 

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