Na inauguração do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE/MCT), sexta-feira (22), em Campinas (SP), o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou o avanço do País nas pesquisas e sustentabilidade na produção do etanol. "O Brasil não vai andar para trás. Este País aprendeu a andar para a frente", disse o presidente.

O CTBE faz parte da projeção de ampliar a produção do biocombustível em dez vezes até 2025, o equivalente a 250 bilhões de litros de etanol. Segundo o diretor do Laboratório, Marco Aurélio Pinheiro Lima, a marca elevaria o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em até 13%. O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, destacou que para aumentar a produção do biocombustível é preciso investir na pesquisa científica. “Aqui vamos fazer pesquisas básicas e aplicadas sempre voltadas para as diversas aplicações do etanol e descobrir novas aplicabilidades deste combustível.”

A sede do Laboratório fica em Capinas, interior de São Paulo, e ocupa uma área de 8.700 m². No local, 60 pesquisadores estudarão formas para ampliar a produção do chamado álcool de segunda geração – quebra da estrutura molecular do bagaço e da palha da cana-de-açúcar para uso na produção de etanol. “Vamos trabalhar em conjunto com pesquisadores de universidades de também das indústrias desse setor para que o nosso trabalho seja feito com o maior número de informações possíveis”, disse Lima.

Foram investidos R$ 69 milhões. No terreno do CTBE, funcionam diversos laboratórios que simulam a escala de produção do combustível feito à base de cana-de-açúcar. A estrutura permite que as pesquisas de universidade sejam testadas antes de irem para o mercado industrial.

Até meados de 2011, o presidente do CTBE estima que seja montado um "mega experimento". “Vamos pegar todos os dados científicos que conseguimos juntar em nos processos de produção e chamar as indústrias e as universidades para conjugar esses dados. A iintenção é formular um conjunto de informação que permita avaliar o estado atual do álcool de segunda geração”, afirmou Lima.

Na inauguração do Centro, também foram assinado os dois primeiros acordos internacionais de cooperação científica e tecnológica. Um deles com o Imperial College de Londres (Inglaterra) e o outro com a Universidade de Lund, na Suécia. O CTBE também firmou um acordo de colaboração com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para o desenvolvimento de estratégias agrícolas de produtividade da cana.