
Entrevista com a Coordenadora do Sibratec no MCT, Ana Maria Pereira
Mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ana Maria Pereira atualmente é coordenadora do Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec) no Ministério da Ciência e Tecnologia. Durante mais de 15 anos, Ana Maria exerceu diversas atividades no MCT. Até 2008, ano em que o SIBRATEC foi criado, suas atribuições envolveram a implementação do Programa Tecnologia Industrial Básica e Serviços Tecnológicos para a Inovação e Competitividade (Programa TIB), por meio de atividades de planejamento e formulação de ações, elaboração de editais para chamada por projetos, organização e coordenação de reuniões e acompanhamento da execução. Além de participar de vários grupos e comissões de formulação e acompanhamento de projetos. A partir da criação do SIBRATEC, Ana Maria ficou encarregada de exercer atividades ligadas ao planejamento e à implementação das diversas redes que compõem o Sistema. Nesta entrevista Ana Maria fala das metas para o Sibratec no ano de 2010 e a importância de levar o conhecimento científico para o meio empresarial. Confira:
Informe Setec - Como enxerga a proposta do SIBRATEC e em que etapa está o programa?
Ana Maria - O SIBRATEC é uma idéia inovadora, já que se propõe a implantar ações voltadas a aumentar a taxa de inovação das empresas, executadas em forma de rede. A execução de ações de desenvolvimento tecnológico em rede visa proporcionar não só economia de recursos, sejam eles financeiros ou humanos, uma vez que compartilha infraestrutura e competências, como também potencializar essas ações. Por outro lado, provoca uma mudança de cultura uma vez que coloca vários grupos trabalhando em conjunto para a consecução de um objetivo, ou seja, transferir conhecimento para produtos e processos.
Atualmente as redes SIBRATEC encontram-se em implementação, algumas em operação, outras com contratos assinados e iniciando suas atividades, outras com os projetos sendo analisados pela FINEP, outras elaborando seus projetos e algumas em fase final de articulação e organização.
Informe Setec - Quais seriam as perspectivas do SIBRATEC em termos de seus três componentes: serviços tecnológicos, extensão e inovação?
Ana Maria - Temos que levar em conta que cada componente do SIBRATEC tem características próprias, ou seja, o de Centros de Inovação, organizado em redes temáticas, tem como objetivo transferir conhecimento científico e tecnológico para as empresas de um determinado setor; o de Serviços Tecnológicos tem como preocupação central fortalecer a infraestrutura de laboratórios e organismos para avaliação da conformidade de produtos e, assim, contribuir para que as empresas superem exigências técnicas para acesso a mercados; o de Extensão Tecnológica, organizado em redes estaduais, tem como preocupação central a solução de gargalos tecnológicos das empresas, principalmente das MPME, e assim fortalecer os sistemas produtivos locais. Portanto, o Sistema disponibiliza às empresas uma série de ações que contribuem para o fortalecimento e a expansão de sua posição no mercado além de propiciar condições para o aumento da taxa de inovação das mesmas.
Informe Setec - Como poderá o SIBRATEC cooperar de forma efetiva com a empresa brasileira em geral?
Ana Maria - Colocando à disposição das empresas mecanismos e ações que facilitem seu acesso ao conhecimento científico e tecnológico produzido nos centros de pesquisa e desenvolvimento.
Informe Setec - O que deve fazer um empresário interessado em serviços, extensão ou inovação tecnológica para contar com o apoio das redes SIBRATEC?
Ana Maria - As redes de serviços tecnológico e as de centros de inovação tem atuação em âmbito nacional, portanto o empresário que tenha necessidade desses serviços deverá buscar qualquer um dos nós da rede ou o seu Núcleo de Coordenação e expor seu problema. A partir deste contato a própria rede buscará as competências para melhor resolver o problema apresentado. Quanto às redes de extensão tecnológica, o empresário poderá procurar as entidades do Estado que atuam em ciência e tecnologia.
Outra opção para as empresas manterem contato com as redes de centros de inovação e de serviços tecnológicas, que são temáticas, é buscarem as entidades empresariais do setor em que atuam, pois deverá haver um contato muito estreito entre as redes e essas entidades.
Informe Setec - Quais são suas expectativas para o ano de 2010?
Ana Maria - Cinqüenta e três redes (11 de centros de inovação, 19 de serviços tecnológicos e 23 de extensão tecnológica) em plena operação, atendendo as reais demandas das empresas, pois sem as mesmas o SIBRATEC não tem porque existir. Além de outras redes sendo articuladas e implementadas.
Informe Setec - O que mais gostaria de deixar registrado aos nossos leitores?
Ana Maria - Temos consciência dos desafios a serem enfrentados para operar um Sistema com esta magnitude, quais sejam: ajustar com a FINEP mecanismos para implementar e operar ações com tantos atores e atividades simultâneas; desenvolver e implantar um sistema de acompanhamento e avaliação; e principalmente potencializar a divulgação do Programa, suas redes e ações para as empresas possibilitando assim que os resultados esperados sejam alcançados.
Por fim, lembro que informações mais detalhadas sobre o SIBRATEC podem ser obtidas em https://www.mct.gov.br/sibratec
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