Divulgação/Inpe - Imagem de satélite meteorológico.
Controlado pela Administração Nacional do Oceano e Atmosfera (Noaa), dos Estados Unidos, o satélite meteorológico Goes-10 é utilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) para a previsão do tempo. O satélite será desativado hoje (1) quando não terá mais combustível para se manter em correta posição orbital.
Geoestacionário, o Goes-10 está localizado em 60W para cobrir toda a América do Sul e fornecer imagens a cada 15 minutos. O satélite Goes-12, que substitui o Goes-10, está posicionado a 75W e pode cobrir a América do Sul a cada 30 minutos. Porém, a Noaa pode optar por cobrir só os Estados Unidos em caso do monitoramento de tornados, furacões ou tempestades severas naquele país. Mesmo nestas circunstâncias, imagens da América do Sul a cada três horas estão garantidas por acordo com a Organização Mundial de Meteorologia (WMO). As imagens são gratuitas.
O Inpe informa que o recebimento de imagens a cada três horas é suficiente para gerar dados a seus modelos numéricos computacionais, assegurando a mesma qualidade nas previsões de médio e longo prazo. Com imagens neste tempo, o impacto seria no monitoramento da atmosfera para previsão de curto prazo (24 horas).
Segundo os especialistas do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTec) do Inpe, a previsão de curto prazo é mais subjetiva e se utiliza de parâmetros do satélite que permitem acompanhar o desenvolvimento das tempestades, por exemplo, exigindo informações em intervalos menores de tempo.
Caso esteja recebendo as imagens do Goes-12 a cada 30 minutos, como deve ser a rotina, a previsão de curto prazo do Inpe terá a mesma qualidade que tem hoje, pois imagens a cada meia hora são suficientes para um monitoramento preciso de chuvas, entre outros parâmetros avaliados pelos meteorologistas.
Embora a troca de Goes-10 pelo Goes-12 tenha exigido mudança de antena de recepção e na forma de processamento e geração de produtos, o CPTec está preparado e não haverá interrupção nos serviços. A expectativa pelo novo satélite é boa, uma vez que o Goes-10 vinha apresentando problemas de navegação e com o Goes-12 as imagens devem ser mais precisas.
Da mesma forma que em 2007 o Goes-10 foi deslocado para cobrir preferencialmente a América do Sul, tendo o Inpe como responsável pela geração e disseminação dos dados, o Goes-12 estará reposicionado a partir de maio de 2010.
Para saber mais sobre como é feita a previsão do tempo, acesse https://www7.cptec.inpe.br/glossario/, onde está descrita a rotina de operação meteorológica do CPTec.
Satélite próprio
Para deixar de depender de instrumentos estrangeiros, o Brasil precisa desenvolver seu próprio satélite geoestacionário dedicado à meteorologia. Hoje, o País, por meio do CPTec, realiza a geração, gravação e disseminação dos produtos gerados pelos satélites Goes, porém o controle destes é dos Estados Unidos.
O Inpe, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), já desenvolve satélites de sensoriamento remoto para observação da Terra. Embora o custo de um satélite geoestacionário seja da ordem de US$ 400 milhões, os especialistas do Inpe consideram que o retorno em produtos e serviços essenciais à sociedade justifica o desenvolvimento de um satélite próprio.