C A-    A+ A    A    A
   buscar    busca avançada Mapa do site Fale Conosco  
   

imagem
Pesca manejada de peixes ornamentais começa hoje (24)
Clique para ver todas as fotos de Pesca manejada de peixes ornamentais começa hoje (24)
Crédito: Natalie Rios - Peixe Acará-disco
24/10/2009 - 10:56

De hoje (24) até dia 31 pescadores de peixes ornamentais se reúnem para realizar a primeira pesca manejada sustentável dessas espécies na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, área de 2,31 milhões de hectares na região central do Amazonas. Eles formam o Grupo de Pescadores de Peixes Ornamentais, criado e capacitado com a assessoria do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM/MCT). Em 2008, o grupo fez uma primeira pesca experimental, que resultou na venda de 750 Symphysodon aequifasciatus (acarás-disco) por R$ 2.750, valor que foi dividido entre os pescadores.

Na coleta deste ano, o Grupo de Pescadores, formado por 16 pessoas (entre eles, três mulheres) de oito comunidades da Reserva Amanã, se organizou para que as despesas com a atividade corram por sua conta. Em 2008, a pesca teve o apoio financeiro do Instituto Mamirauá.

A coleta será feita em três igarapés (canais de rio) do lago Amanã, com 42 quilômetros de comprimento e três de largura. O grupo pode manejar até 19 espécies, selecionadas após a realização de pesquisas de biologia e ecologia de peixes na RDS Amanã pelo Instituto Mamirauá e da consulta a exportadores e outros comerciantes de peixes ornamentais no Brasil e na Inglaterra. Os critérios da seleção passaram pela sua aceitação comercial, abundância e reposição de indivíduos pela reprodução suficiente para suportar a extração do ambiente. Na coleta que começa dia 24, serão pescados acarás-disco.

O manejo sustentável de peixes ornamentais se guia por um conjunto de princípios e técnicas, garantindo que a retirada dessas espécies do seu ambiente natural não interfira nos seus processos naturais de recomposição. Além disso, a manipulação dos peixes é feita de forma cuidadosa e responsável, reduzindo as chances de mortalidade até eles chegarem ao seu destino de venda.

“Os peixes ornamentais da Amazônia Brasileira são importantes recursos naturais capturados por muitas populações tradicionais, e exportados para muitas partes do mundo. Infelizmente, nem sempre este uso é feito de modo sustentável, em condições ecologicamente adequadas, socialmente justas e economicamente benéficas para estas populações tradicionais”, comenta Helder Queiroz, diretor técnico-científico do Instituto Mamirauá.

O comprador de peixes manejados da Reserva Amanã receberá os números de identificação que permitem o rastreamento da origem dos animais. Assim, é possível obter informações como parâmetros físico-químicos da água e coordenadas geográficas do local da coleta, entre outras, garantindo que o peixe adquirido foi coletado de acordo com critérios de sustentabilidade, seguidos por comunidades tradicionais de uma unidade de conservação.

Mais informações devem ser fornecidas por outros elos da cadeia produtiva, como importadores, exportadores e transportadores. “Esperamos que os demais elos da cadeia produtiva se mostrem interessados e declarem a origem e o destino dos animais sob seu cuidado e sua responsabilidade. Estamos certos de que o nível de transparência é um bom indicador da sustentabilidade de um negócio que lida com produtos naturais”, comenta Helder Queiroz.
 
O sistema de rastreamento disponível no site do Mamirauá é inédito na área de consumo de produtos sustentáveis e, além das informações sobre os peixes ornamentais manejados, permite também rastrear pirarucus (Arapaina gigas) e jacarés-açu (Melanosuchus niger) pescados e abatidos de forma sustentável, vendidos pelas associações comunitárias das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã.

Esplanada dos Ministérios, Bloco E,
CEP: 70067-900, Brasília, DF Telefone: (61) 2033-7500
Copyright © 2012
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação