O Brasil deve ter seu primeiro submarino nuclear em 2022. A declaração é do comandante da Marinha do Brasil, Júlio Soares de Moura Neto, que falou também da participação do órgão na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNTC), em Brasília (DF).
Além da proposta de construção da embarcação, o comandante comentou sobre outros dois projetos em exposição, desenvolvidos em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o Programa Antártico Brasileiro (Proantar) e uma série de pesquisas sobre Ciências no Mar.
Para Moura Neto, a presença da Marinha na Semana de C&T reforça sua disposição em estar alinhada com a proposta brasileira de desenvolvimento científico e tecnológico. “Nos orgulhamos de participar, deste evento, desde de 2004. A Marinha é parceira do MCT em diversos projetos. Sobre a exposição, resolvemos trazer as três principais ações nas áreas nuclear, pesquisas na Antártica e no mar”, destacou.
De acordo com o comandante, o projeto de construção do submarino a propulsão está pronto para ser inciado. Ele comentou que já recebeu o aval do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a aprovação do Congresso Nacional. “Todo o projeto será desenvolvido com tecnologia nacional. Desde o enriquecimento de urânio até a construção de reatores, todas essas etapas serão dominadas por nós. Acreditamos que em 2022 o submarino esteja navegando pelos nossos oceanos”, enfatizou.
O outro projeto citado pelo oficial diz respeito ao Programa Antártico Brasileiro (Proantar). O Brasil é membro consultivo do Tratado Antártico, que rege as atividades científicas relacionadas à região antártica, desde 1975. Em 1982 foi criado o programa. Moura Neto disse que o Proantar tem como propósito realizar pesquisa científica na região Antártica, com a finalidade de compreender os fenômenos que ali ocorrem e sua influência sobre o território brasileiro, contribuindo, assim, para a efetivação da presença brasileira na região. “São mais de 25 anos desenvolvendo pesquisas no continente gelado. E, todo esse tempo, estamos como parceiros do MCT”, lembrou.
E, por último, o comandante Moura Neto, falou das pesquisas desenvolvidas no Mar. “A nossa Amazônia Azul, que compreende uma faixa do oceano relativamente do mesmo tamanho da floresta Amazônica. São 3,6 milhões de quilômetros quadradas de zonas econômias. A este número deveremos acrescentar mais 900 mil quilômetros quadrados. Uma área ríquissima de petróleo, gás natural e de recursos vivos que devemos pesquisas para conhecer melhor”, frisou.
Moura Neto lembrou a aquisição do navio hidrooceanográfico Cruzeiro do Sul, que partiu rumo à África do Sul, nesta semana (veja link). “Essa foi uma parceria inédita entre o MCT e a Marinha, na qual cada órgão arcou com 50% da aquisição do navio”, citou.