Uma nova parceria entre o Instituto Cultural, Educacional e Profissionalizante de Pessoas com Deficiência (ICEP Brasil) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) irá criar uma central de Libras no Distrito Federal. O projeto pioneiro dará à pessoa com deficiência auditiva suporte técnico para a comunicação com ouvintes dos setores público e privado. O convênio será assinado hoje (1º de outubro), às 14 horas, no auditório do Ministério, com a presença do secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, Joe Valle e de representantes de movimentos de pessoas com deficiência. A assinatura marcará também as comemorações do Dia Mundial do Surdo (30/09), do Dia Nacional do Surdo (26/09) e do Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência (21/09).
A central irá, por meio de um contact center, agendar a visita de intérpretes de libras aos locais solicitados. O objetivo será a solução de problemas e a busca de informações de interesse público – envolvendo as áreas de saúde, moradia, educação, assistência social, entre outras. Serão prestados serviços de atendimento pela internet (chat), por fax e pelo 0800. O deficiente auditivo poderá ser auxiliado em bancos, fóruns, delegacias, hospitais, universidades, escritórios comerciais de prestadores de serviços, consultórios médicos delegacias e órgãos do governo federal que ainda não contam com intérpretes de Libras.
“Temos de prestar atenção nessa importante parcela da população. Há seis milhões de deficientes auditivos no Brasil, 85 mil no Distrito Federal”, lembra o presidente do ICEP Brasil, Sueide Miranda. Como parte do projeto, também serão capacitados, em curso na sede da entidade, 120 servidores que trabalham com atendimento ao público. "Temos de promover melhorias na estrutura operacional dos órgãos que prestam atendimento aos deficientes auditivos", explica Miranda.
Segundo ele, a surdez é uma das deficiências menos contempladas pelas mudanças para melhorar a acessibilidade. “Apesar das leis que priorizam a divulgação da Libras, instituições públicas e privadas não dispõem de um intérprete na sua equipe de funcionários. Além disso, não preparam a estrutura operacional da empresa/órgão para dar apoio a este segmento”, afirma.
O objetivo final do projeto é apresentar dados estatísticos que comprovem a necessidade permanente de um intérprete de sinais em diferentes contextos. A central de Libras irá produzir dados para pesquisas e estudos que possibilitem entender a diferença entre o português e a Libras, e a necessidade de interação entre surdos e ouvintes. Outro fator relevante é fazer com que a profissão interprete de Libras, tão importante para o deficiente auditivo, tenha seu status social reconhecido assim como outras profissões.
A central funcionará 12 horas por dia durante a semana, com oito intérpretes de sinais, cinco operadores de telemarketing e diversos técnicos estarão trabalhando no projeto. O espaço físico onde funcionará a central de Libras, na sede do ICEP Brasil, está sendo reformado para o início das atividades, em outubro.