A Região Metropolitana de Campinas (SP) vai criar uma Rede Comunitária de Educação e Pesquisa (Redecomep), que prevê a implantação de infraestrutura de fibras ópticas própria voltada às instituições de pesquisa e educação superior, além da formação de consórcios entre os parceiros para assegurar sua auto-sustentação. O projeto é do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), coordenado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP/MCT).
O objetivo é formar redes de alta velocidade nas regiões metropolitanas do País servidas pelos pontos de presença (PoPs) do backbone da RNP, representando uma cobertura nacional, segundo o diretor-adjunto de gestão de soluções da empresa, Gorgônio Araújo.
O termo backbone significa “espinha dorsal” e é o eixo principal de uma rede que interliga instituições. A Redecomep permite a interconexão entre as instituições em velocidade superior às bandas largas comerciais, facilitando os projetos on line, videoconferências e a transferência de informações sem limites.
Araújo apresentou os passos para a criação e a manutenção da rede, em reunião na quarta-feira (23), na Embrapa Informática Agropecuária, em Campinas (SP). Será formado um comitê gestor responsável pela implantação da rede regional, o qual definirá a infraestrutura de fibras ópticas (próprias ou por meio de cessão de direitos), equipamentos para a rede lógica e gestão administrativa dos projetos.
A Redecomep foi concebida a partir da iniciativa pioneira da Rede MetroBel, que está instalando uma infraestrutura metropolitana óptica em Belém (PA), para levar a internet aos projetos voltados à inclusão social e à melhoria da estrutura pública. A tecnologia usada permite hoje atingir até um gigabyte por segundo em um par de fibras ópticas, com alcance de até 100 quilômetros sem repetidor. Além disso, o acesso à internet “comum” ocorre em velocidade semelhante à oferecida pelas operadoras de telecomunicações.
Participaram da reunião representantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI/MCT), Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), Embrapa Monitoramento por Satélite, RNP, Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS/MCT), Exército e Informática de Municípios Associados (IMA) e da prefeitura de Campinas.
De acordo com a RNP, 33 cidades já assinaram o memorando de entendimentos para a criação das redes comunitárias, incluindo a participação de 410 instituições. Também foram investidos R$ 27 milhões em fibras próprias e
em equipamentos. A estimativa de cobertura da Redecomep é de 1.600 quilômetros. Após a implantação de cada rede metropolitana, a gestão da operação, custeio e sustentabilidade ficam a cargo dos órgãos usuários.