C A-    A+ A    A    A
   buscar    busca avançada Mapa do site Fale Conosco  
   

imagem
Pernambuco ganha unidade para produção de radiofármacos
Clique para ver todas as fotos de Pernambuco ganha unidade para produção de radiofármacos
Divulgação/MCT - Muda de Cana in vitro
11/09/2009 - 07:06

O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, inauguram nesta sexta-feira (11), às 16h, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife (PE), a Unidade de Produção de Radiofármacos (Upra), do Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE), instituição vinculada ao Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene/MCT).

A nova unidade produzirá o FDG, um radiofármaco utilizado em tomografias de emissão de pósitrons (PET), técnica com a qual é possível identificar tumores em estágio inicial e com uso também em outras áreas da medicina como a cardiologia e a neurologia. Até agora, no Brasil, apenas as unidades da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), em São Paulo , Rio de Janeiro, e Minas Gerais, e uma instituição privada em Brasília (DF) produziam o FDG. A Upra poderá fornecer o radiofármaco para mais de 20 tomógrafos, em um raio de 300 quilômetros. Em sua capacidade máxima, mais de 50 mil pacientes poderão ser atendidos por ano desde que novos hospitais adquiram o tomógrafo PET. Em Pernambuco, hoje, apenas o Hospital Português já conta com o equipamento.

Tendo como base um cíclotron de 18 MeV, a unidade disporá do equipamento mais moderno para síntese dos radiofármacos correntemente empregados na tomografia com emissores de pósitrons (PET), tendo capacidade de produzir fármacos ainda em processo de desenvolvimento.

De acordo com a capacidade de produção do cíclotron, a Upra poderá atender ainda centros médicos de outros estados além de Pernambuco, alguns os quais já demonstraram interesse como hospitais de Campina Grande (PB) e Natal (RN). Uma vez disseminada a técnica, prevê-se que hospitais e clínicas de outras localidades adquiram tomógrafos para PET, que também poderão ser atendidos pelo CRCN-NE.

O Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene/MCT) iniciou suas atividades em 2005, sendo na época, a primeira unidade gestora do MCT no Nordeste. Sua localização estratégica objetiva diminuir a defasagem tecnológica existente em relação a outras regiões do País. Desde que foi criado, o Cetene é uma unidade do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT), do Rio de janeiro.

Projetado para ser um centro de pesquisas e desenvolvimento, o Cetene incrementa e introduz inovações tecnológicas que tenham caráter estratégico para o desenvolvimento econômico e social do Nordeste. O diferencial da instituição reside na promoção de cooperações baseadas em redes de conhecimento e nos agentes da economia nordestina, tendo como parceiros universidades, institutos tecnológicos e de pesquisa, entidades governamentais, associações e indústrias.

Alinhado aos novos modelos de gestão em C&T, o Cetene atua de forma avançada, com recursos humanos direcionados a aperfeiçoar os serviços. Sua infraestrutura é composta por laboratórios multi-usuários de biotecnologia (Biofábrica Governador Miguel Arraes e Laboratório de Biocombustíveis), nanotecnologia (Laboratório de Microscopia Eletrônica e Microanálise e Laboratório Multiusuário de Nanotecnologia) e Microeletrônica (Laboratório para Integração de Circuitos e Sistemas - LINCS).

A forma de atuação do Cetene estimula o desenvolvimento de pesquisas conjuntas, que aproximam demanda e oferta, promovendo resultados que reduzem as diferenças regionais. Para tal articula redes temáticas que envolvem os mais variados atores da sociedade, promovendo integração de esforços e competências para a utilização do conhecimento como instrumento de inovação e de solução de problemas. Essa atuação permite o compartilhamento de infraestruturas de pesquisa e desenvolvimento (P&D), tornando-as mais acessíveis e melhorando o uso dos recursos disponíveis.

Em quatro anos de atuação, o Cetene já estabeleceu parcerias que resultaram em grandes projetos de caráter inovador para a região. O laboratório de Microscopia Eletrônica é hoje o primeiro no País a permitir o acesso remoto das imagens, permitindo análises por meio da internet, que são enviadas online para os demandantes, além de ter uma infraestrutura modelo de análises laboratoriais.

A primeira unidade de produção de biodiesel de Pernambuco foi instalada em Caetés, no Agreste do estado. Ela produz 2 mil litros/dia de biodiesel para fins experimentais, além de ampliar a pesquisa acerca das oleaginosas mais promissoras para a produção de matéria prima para o biodiesel.

O LINCS desenvolve circuitos integrados e sistemas eletrônicos já premiados nacional e internacionalmente. O laboratório de nanotecnologia coordena uma rede de instituições nordestinas que atuam no apoio tecnológico a vários setores industriais, como fármaco, cosméticos, polímeros e gesso.

 

 

 

Para entender a produção de radioisótopos e radiofármacos

Muito embora alguns radioisótopos, ou isótopos radioativos, sejam encontrados na natureza, sua concentração é muito pequena, bem como sua diversidade, para as aplicações práticas. Dessa forma, todos os radioisótopos hoje empregados nas mais diversas atividades, como em medicina, agricultura, indústria e pesquisa são sintetizados. Para isso, parte-se de elementos encontrados na natureza e, por meio de reações nucleares apropriadas, o radioisótopo desejado é produzido.

A produção de radioisótopos é comumente feita em reatores e em aceleradores de partículas. Os reatores são na realidade grandes fontes de nêutrons térmicos, ou de baixa energia, que facilmente se agregam ao núcleo dos átomos. Duas reações importantes podem ter lugar:

§         A captura, na qual um nêutron se incorpora ao núcleo do átomo, aumentando seu número de massa de uma unidade, gerando, na maioria dos casos, um isótopo radioativo. São produzidos assim o cobalto-60 (a partir do cobalto-59), o fósforo-32 (a partir do fósforo-31) e outros.

§         A fissão, na qual um nêutron se incorpora ao núcleo do urânio-235 e o excita de tal forma que esse núcleo se rompe, formando dois núcleos menores, radioativos. São produzidos assim o césio-137, o estrôncio-90, o iodo-131 e outros.

Nos aceleradores de partículas, como os cíclotrons, núcleos leves são acelerados por um campo elétrico associado a um magnético e dirigidos a um alvo onde ocorre uma reação nuclear, dando origem ao radioisótopo de interesse. São assim produzidos o flúor-18, o carbono-11, o oxigênio-15 e outros.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Esplanada dos Ministérios, Bloco E,
CEP: 70067-900, Brasília, DF Telefone: (61) 2033-7500
Copyright © 2012
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação