Foram assinados ontem (22) os termos de consignação dos canais digitais com as emissoras de televisão do Distrito Federal (DF). A cerimônia teve a participação do ministro da Ciência e Tecnologia (MCT) em exercício, secretário executivo Luiz Antonio Rodrigues Elias, e do secretário de Política de Informática (Sepin), Augusto Gadelha, além do ministro das Comunicações, Hélio Costa, e do governador do DF, José Roberto Arruda.

O MCT tem participação em todo processo de adoção do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), iniciado em novembro de 2003. Segundo o coordenador Geral de Serviços e Programas de Computador da Sepin, Antenor Correa, o MCT apoiou programas de desenvolvimento tecnológico para que o sistema tenha o maior número de produto nacional.

“Com o nosso apoio, foi possível elaborar programas como o Middleware Ginga”, diz Correa. O Ginga é o nome do software aberto do SBTVD e é constituído por um conjunto de tecnologias padronizadas e inovações brasileiras. “Além de elaborar estudos que ajudaram na adoção baseada do modelo japonês”, acrescentou.

Correa informou que o MCT mantém um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologias Digitais para Informação e Comunicação (Ctic), que tem a responsabilidade de coordenar e mobilizar redes de projetos para desenvolver programas para o SBTVD. “Ao todo, neste ano, são R$ 12 milhões para seis projetos, como o de sistemas de recepção com diversidade e antenas inteligentes e o de ferramenta de coleta de dados para análise e monitoramento remoto de sinais”, explica.

O coordenador Geral de Software e Serviços de Tecnologia da Informação lembrou que o ministério investiu mais R$ 50 milhões em financiamento de projetos de empresas por meio da subvenção econômica nos últimos três anos.

Recepção

Brasília é a 16ª cidade a transmitir o sistema digital de alta-definição e foram consignados os seguintes canais: TV Globo, Empresa Brasil de Comunicação (EBC), TV Justiça, TV Senado, TV Câmara, Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), TV Band, TV Record.

Para a recepção do sinal digital o aparelho de televisão deve ter essa tecnologia. Caso contrário, é necessária a aquisição de um conversor, os chamados set top boxes. O SBTVD foi instituído a partir da edição do decreto nº 4.901, de 26 de novembro de 2003 – por meio do qual foram definidos os objetivos do novo sistema e criados o Comitê de Desenvolvimento, o Comitê Consultivo e o Grupo Gestor com a atribuição de definir o modelo do Sistema Brasileiro de TV Digital, o padrão que seria adotado no País, a forma de exploração do serviço, bem como o período e modelo de transição do sistema analógico para o digital.

A tecnologia adotada no Brasil teve por base o padrão do sistema japonês ISDB-T – escolhido por ser mais adequado às características abertas da televisão nacional, de modo a levar o sinal digital a todos os aparelhos de TV, possibilitando, inclusive, que o sinal de TV Digital seja recebido em aparelhos portáteis e em movimento. Pode-se, por exemplo, assistir a um programa na tela do telefone celular sem pagar nada por isso. Também é possível assistir à programação no interior de veículos.

A chegada do sinal digital possibilita maior qualidade na imagem e no som. Além disso, é possível o telespectador consultar na tela a programação da emissora e informações adicionais dos programas exibido. Possibilita também assistir TV em outros receptores, como no celular e em mini aparelhos portáteis, sem interferências e ruídos.