O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Luiz Antonio Barreto de Castro, pediu aos participantes do Comitê de Ciências do Mar (CCM) que reforce com mais recursos o Projeto PIRATA (PIlot Research moored Array in the Tropical Atlantic, sigla em inglês). “É o primeiro grande programa que o Brasil pode liderar no Atlântico Sul”, afirmou na abertura da 5ª CCM, realizada, hoje (17), na sede do MCT, em Brasília.

O PIRATA é um programa de oceanografia promovido por Brasil,  França e Estados Unidos. O objetivo é estudar as interações oceano-atmosfera no Atlântico Tropical e os seus impactos na variabilidade climática regional em escalas sazonais, interanuais ou de período mais longo.

Entretanto, Luiz Antonio Barreto de Castro ressaltou que parte dos recursos (R$ 5 milhões) destinados as pesquisas no Oceano Atlântico e nas mudanças climáticas, sejam utilizados na criação de novos projetos e investimentos nos institutos que estudam o mar. “Temos que democratizar os recursos e incentivar a criação de novos programas”, acrescentou.

Navios

O secretário comemorou ainda a possibilidade do Navio Hidrooceanográfico Cruzeiro do Sul ser cedido, por 80 dias, para pesquisas oceânicas. Para isso, ele sugeriu a criação de um comitê conjunto com a Marinha para estabelecer as normas de uso da embarcação científica. “Isso é muito importante e devemos ocupar esse espaço”, observou.

O Navio Hidrooceanográfico Cruzeiro do Sul, apresentado no início deste mês, é uma embarcação do projeto Laboratório Nacional Embarcado (LNE). Ele foi adquirido por meio de convênio firmado em 2006 entre a Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), tendo a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm) como interveniente. Os recursos para a aquisição do navio foram concedidos pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT), com contrapartida da Marinha.

Na cerimonia de lançamento, o ministro do MCT, Sergio Rezende, informou que um novo navio oceanográfico será construído nos próximos quatro anos. O investimento, da ordem de R$ 45 milhões, está sob a responsabilidade do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE/MCT).

CCM

O Comitê de Ciências do Mar é um órgão que auxilia o ministro e os secretários do MCT na política de promoção de pesquisas em oceanos. Seus programas e projetos estão inseridos no Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação, no terceiro eixo, que trata de ação pesquisa, desenvolvimento e inovação em áreas estratégicas.

Na reunião de hoje, foram debatidas as iniciativas recentes do MCT para alavancar a área, com investimentos de mais de  R$ 9 milhões, que serão aplicados em programas no oceano Atlântico Sul e nas mudanças climáticas; pesquisas e desenvolvimento nas ciências do mar.