O Brasil e os demais países do Mercosul e da União Européia (UE) estabelecerão um intercâmbio para o desenvolvimento e consolidação de uma plataforma de biotecnologia para as cadeias produtivas de carne aviária, carne bovina, cadeia florestal e cultivos oleaginosos (soja). O projeto, de 3 milhões de euros, financiará pesquisas regionais nos países envolvidos. Todo o dinheiro será aplicado pela UE.

A apresentação dos primeiros projetos integrados, que receberão subvenção, foi realizada ontem (12) pelo secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Luiz Antonio Barreto de Castro, pelo representante da UE, Angel Landabaso, e também pelo diretor do projeto Biotecsur, Esteban Corley.

Para Barreto de Castro, pela primeira vez existe um esforço de cooperação que envolve os  blocos econômicos para o desenvolvimento de uma plataforma de biotecnologia, que trará competitividade frente a outros mercados internacionais.

"Precisamos fazer com que o desenvolvimento científico chegue até às indústrias. A plataforma vai estreitar o conhecimento e o mercado", destacou.

De acordo com Corley, antes de selecionar os projetos ganhadores, que trabalharão nas linhas de pesquisas, foram realizado diversos workshops para identificar as competências e interesses de cada país. E, com isso, identificar como cada região poderia melhor com o desenvolvimento da plataforma.

Corley explicou que o projeto vincula os setores privado, acadêmico e público dos países envolvidos, articulando as capacidades científico tecnológicas disponíveis na região com o setor produtivo. Ele disse ainda que o Biotecsur tem como foco gerar um intercâmbio real de experiências. "Além disso, prover uma adequada articulação entre os recursos físicos, materiais e humanos. Fazer interagir estes três aspectos", comentou.

O representante da UE explicou que suas expectativas com relação à participação no Mercosul se baseiam na possibilidade de firmar parcerias no desenvolvimento de plataformas de pesquisas e, não apenas, se restringir ao acordo atual.

Entre os projetos aprovados, os representantes brasileiros que atuarão como co-participantes são:

• Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - cadeia de produção avícola e de oleaginosas

• Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - cadeia de produção bovina

• Centro de Biotecnologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) - cadeia de produção bovina

• Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) - cadeia florestal e de oleaginosas